sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Espelho, espelho meu....

Já soube de muitos casos de bailarinas que viraram professoras para satisfazer o ego. Eram boas bailarinas e começaram a ouvir: “nooossa... como você dança bem! Deveria começar a dar aulas!!!” Aí a pessoa se joga (pq vamos combinar, não é tão difícil encontrar uma salinha de academia pra dar aula, né?) Pessoas que adoram ficar dançando na frente do espelho enquanto as “pobres mortais” tentam seguir a imagem refletida. Não ensinam o “pulo do gato” do movimento, guardam os segredos só pra elas; ignoram que cada aluna tem seu timing, seu jeito... Desta forma, ou criam pessoas frustradas, que pensam que nunca vão conseguir fazer os movimentos ou alunas que endeusam professora apenas por isso, pois pensam que ela deve ser uma espécie de mutante. Que coisa feia, né?

Eu também me joguei. Não tinha experiência, não tinha apoio.Foi bem complicado o início. A minha sorte é que, mesmo iniciando nisso, eu tinha uma base intelectual da minha faculdade, o que me dava um apoio para trabalhar com pessoas, sacar o que estava acontecendo com o grupo e comigo.

Acredito que nosso papel deve ser ensinar os movimentos de várias formas, até que a aluna entenda. Muitas vezes, ele não sai de primeira, é claro, pois a aluna até entende, mas o corpo precisa de um tempo para internalizar o movimento, entender seu caminho. Precisamos lidar com a frustração momentânea da aluna e mostrar que “há uma luz no fim do túnel”, ou seja, ela vai aprender sim, é só se dedicar. É isso que temos que fazer: ensinar o caminho de chegada, se precisar fazer várias paradas se necessário. E, deixar sempre claro que a caminhada nunca termina, o que muda é o asfalto...

Não sou a melhor professora do mundo, mas me esforço para oferecer coisas boas para as meninas. Busco desde o início, ser uma professora que eu gostaria de ter tido. Esse é o meu termômetro até hoje.

Retirado do blogue: "Espaço Mannat"

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