segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Dançar de uma Deusa

A música é suave, envolvente.
O clima da dança é mágico como num conto das mil e uma noites. No ar, os incensos perfumados relaxam o corpo e mente. A mulher se prepara para a dança, enfeita-se veste-se com seu belíssimo traje de tecido leve e brilhante.
Seus véus esvoaçam diáfanos, como se fossem levados pelo vento.
A delicadeza de suas mãos e de seus gestos parecem transformá-la em uma criatura celestial. Seu corpo dança, sinuoso como uma serpente, como se deslizasse suavemente ao som de um flauta. A expressão de seu tosto é de felicidade, seu semblante reflete esplendor, beleza e feminilidade divinos.
Tudo nela é suave, delicado, mas seus olhos são fortes,
possuem um magnetismo desconcertante e cheio de mistérios. Meio em transe, se entrega ao ritmo da dança. Não importa se é gorda ou magra, feia ou bonita, idosa ou jovem – sabe apenas que é mulher, feminina, sensual, plena, cheia de vida e energia. A dança revela seu mistério num olhar, num gesto, num sorriso, num jeito de jogar os cabelos, no andar, no brilho da aura de quem está de bom com a vida e não tem medo de ser feliz.


Sueli Lyz

Ritmos e música árabe

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Saida

Baladi



Instrumentos árabes

O alaúde



Um dos instrumentos mais tocados em solos de taksim é o alaúde, também chamado de oud. É uma espécie primo do violão e das violas, também é de cordas e possui uma caixa de ressonância de madeira (pinho) arredondada e em forma de gota ou pêra, e um braço, em geral, curto e com trastes. As cordas são duplas e de tripa torcida. Em geral, possui cinco cordas duplas – mais graves- e uma simples – mais aguda-, porém também existem modelos de até dez cordas. Pode ser tocado com batidas, mas nas músicas de dança é dedilhado. Costuma ter muitos detalhes, em especial, padrões geométricos em torno da boca da caixa e rosetas, ou rosas, e é afinado em lá ou sol.

A palavra alaúde possivelmente tem origem da palavra persa “rud”, que significa corda, e da palavra árabe “al’ud”, madeira. Existem registros de que o alaúde já era utilizado no século VII, na Pérsia, e em diversas regiões do mundo antigo, como no Egito, Grécia, Roma e China, entre outros.

O instrumento foi introduzido na Península Ibérica na época da ocupação moura, e recebeu o nome de “laud”, na Espanha, e “laude”, em Portugal. Porém, foi muito utilizado durante o Renascimento e voltou a ficar conhecido no século XIX, quando recebeu adaptações para assumir a forma que conhecemos hoje.

Leitura musical
O som é intenso, por isso, é facilmente relacionado aos tremidinhos relaxados e lentos. Nós podemos utilizá-los para enfatizar toda a tensão que sentimos das cordas na música e combinar com ondulações.

Você pode optar por alternar entre a melodia e os tremidos diversos que conhecemos, lembrando de marcar também a intensidade e, principalmente, as pausas do taksim. Os braços ficam bem leves, afinal este é o momento de servirem de adorno ao quadril.

Quando o alaúde aparece nas músicas, quase nunca há voz de cantor e é muito difícil encontrar bailarinas que façam boas leituras de solos de alaúde. Por isso, além de dominar os movimentos, a interpretação se torna fundamental para exprimir o que o taksim te transmite enquanto dança.

Nada de sorrisos escancarados: vá para introspecção. Desperte o sentimento dentro de você, se entregue à melodia e curta cada tom tocado por este instrumento lindo. Abaixo, selecionamos uma música para você treinar. Aumente o volume, coloque seu lenço de moedas e divirta-se!
(retirado de: http://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/07/20/o-alaude/)
Alaúde (oud) by cadernosdedanca

terça-feira, 19 de julho de 2011

Baladi



É um dos ritmos mais executados no Egito e no Líbano, assim como o Said. Possui marcações fortes e retoma a cultura popular, as origens familiares e o significado da terra natal. A própira palavra baladi, traduzida, significa “minha terra”. Desta forma, também representa aquilo que é simples, comum, do dia a dia. Também é conhecido como beledi ou balady.

Composição
Assim como o Said, possui compasso 4/4. Derivado do Maksoum, que tem um DUM a menos na chamada forma anotada ou cifrada. Isso por que é comum que o Maksoum também seja executado com dois DUMs. Assim, a frase fica desta forma:

DUM DUM TAKATA DUM TAKATA

Características
Com esta marcação dupla no início da frase (DUM DUM), o ritmo precisa ser tocado de forma mais lenta, apesar de existir com outras variações, a exemplo do Masmoudi Saghir. Não confunda com o Masmoudi, que é um ritmo de oito tempos. É utilizado em músicas modernas, clássicas, em derbakes e também na dança folclórica homônima. É comum ser tocado em músicas com trechos de taksim (solos intrumentais) e cantadas.

Como treinar
Comece a tocar os snjus pela frase simples: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. Quando conseguir agilidade, coloque um TAKA no final, para fazer a emenda com o início do ritmo novamente: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA TAKA DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD (ouça a faixa selecionada abaixo), e depois tente encontrá-lo nas músicas. Repare que nem sempre ele aparecerá da forma simples e poderá receber variações e ficar floreado.

Dicas de passos
Como é um ritmo muito forte, os acentos (DUMs) precisam ser bem marcados na dança com básicos egípcios, deslocamentos e batidas de quadril. Atenção: na sua versão folclórica e tradicional da dança baladi, não há passos influenciados pelo balé e pelo jazz, afinal retoma aspectos tradicionais da cultura. Neste caso, é sempre dançado com o pé no chão e com roupas mais simples, nunca com o conjunto saia-cinturão-top.

Em outras músicas em que o ritmo apareça, não valem estas características. O percussionista Hossam Ramzy, em um texto sobre o Baladi, no seu site, afirma que “Se você me perguntar quem é a melhor dançarina de Baladi em todo o Egito hoje, a resposta é simplesmente LUCY”. (tradução livre)

Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.
03 - Baladi A by cadernosdedanca

Sónia - Bellydance Superstar

Ahla Wa Sahla

Quem é...Tahia Carioca?




(1915-1999) O seu nome verdadeiro era Abla Muhammad Karim, mas escolheu o nome artístico Tahia Carioca na década de 30.

O nome Carioca foi em função de seu derbakista misturar sons árabes aos sons brasileiros, os quais a bailarina muito apreciava.

Nasceu em Ismailia, Egito em 1915. Quando adolescente mudou-se para o Cairo, onde começou estudar dança do ventre na escola Ivanova.

Depois, na décade de 30, começou a trabalhar no casino de Badia Massabni ao lado de Samia Gamal.

Badia trazia coreógrafos americanos e europeus para ensinar suas bailarinas. Foi neste casino que surgiram as chamadas bailarinas da idade de ouro da Dança do Ventre.

Ao todo Tahia participou de 120 filmes, além de ter trabalhado na televisão e no teatro.

O primeiro filme que Tahia fez foi em 1935. Alguns dizem que estreou no filme "Doctor Farahat" e outros dizem que foi no "La Femme et le Pantin".

De qualquer maneira Tahia Carioca atuou em filmes egípcios com estrelas de filmes árabes como o cantor e compositor Mohamed Ahdel Wahab e Farid Al Atrache.

O seu estilo de dançar era muito diferente de sua amiga e rival Samia Gamal.

Em 1963 parou de dançar e passou a dedicar-se somente ao teatro. Foi quando fundou um grupo teatral. Sua primeira peça neste grupo foi sobre a vida de Shafiqa La Copta, obra na qual obteve grande sucesso.
Ao todo casou-se 14 vezes.
Morreu dia 20 de setembro de 1999 aos 79 anos de idade de ataque cardíaco.

Conheça melhor esta bailarina assistindo aos vídeos abaixo:



Quem é...Shafiqa Al-Qebtiya?

Abdel Halim Hafez - El Hawa Em Gana

Om Kolthoum - Enta Omri











Muhammed Abdul Wahhab